Um estudo divulgado pela Umane e pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV revelou que a rotatividade de médicos na Atenção Primária à Saúde (APS) atingiu uma média de 33,9% entre 2022 e 2024. Os dados mostram que regiões com menor PIB per capita, como Maranhão e Paraíba, registram as maiores taxas de saída de profissionais, enquanto estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, com maior renda, apresentam menor rotatividade. A pesquisa destaca que a falta de estrutura em locais mais pobres dificulta a retenção de médicos, impactando a continuidade do atendimento e a qualidade do serviço.
A médica e pesquisadora envolvida no estudo reforça que a alta rotatividade prejudica o vínculo entre profissionais e pacientes, essencial para diagnósticos precisos e tratamentos eficazes. Ela ressalta que são necessários investimentos em regiões menos desenvolvidas para melhorar a fixação de profissionais e reduzir os prejuízos à comunidade. O levantamento utilizou dados oficiais de fontes como Datasus e IBGE, organizados em um painel interativo para auxiliar gestores na elaboração de políticas públicas.
Além da rotatividade, o estudo analisou outros indicadores, como cobertura vacinal e atendimento a gestantes, revelando disparidades regionais. Enquanto Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul cumpriram metas de assistência pré-natal, o Norte ficou abaixo do esperado. A cobertura vacinal em menores de 1 ano também não atingiu a meta em nenhum estado, com Alagoas e Distrito Federal apresentando os melhores resultados (87%). Os pesquisadores destacam a importância da APS para evitar internações por condições tratáveis e reforçam a necessidade de estratégias para fortalecer o sistema em todo o país.