O futebol brasileiro registrou receitas recordes de R$ 10,2 bilhões em 2024 entre os clubes da Série A, um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. O aumento foi impulsionado principalmente pela venda de atletas e pelos patrocínios das casas de apostas, que já representam 28% das receitas comerciais. No entanto, as dívidas acumuladas pelo setor chegaram a R$ 14,6 bilhões, revelando um desequilíbrio financeiro preocupante.
Apesar do faturamento histórico, as receitas recorrentes — como direitos de transmissão, planos de sócio-torcedor e contratos publicitários — cresceram apenas 4% em 2024, contra 16,4% no ano anterior. O resultado operacional (Ebitda) foi negativo em R$ 261 milhões quando consideradas apenas essas fontes, indicando que os clubes dependem cada vez mais da venda de jogadores para fechar as contas. Especialistas alertam que o modelo atual é insustentável, com gastos em contratações dobrando para R$ 3,4 bilhões no período.
O relatório também destaca os riscos da dependência das casas de apostas, cujos patrocínios devem atingir R$ 988 milhões em 2025. Embora tenham injetado recursos significativos no futebol, a regulamentação incerta do setor pode impactar futuros investimentos. Para economistas, o cenário atual repete erros do passado, com clubes priorizando gastos imediatos em vez de solucionar problemas estruturais, ampliando o endividamento em um ambiente de juros elevados.