A renovação do contrato entre o serviço de saúde Doutor Cândido Ferreira, responsável por administrar os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em Campinas (SP), e a Prefeitura local está em impasse, levando a protestos de trabalhadores e usuários. O acordo, que deveria ser renovado em maio, não foi fechado devido a divergências sobre reajustes salariais. Enquanto os funcionários pediam um aumento de 23%, a Prefeitura ofereceu 5%, e uma contraproposta de 16% também não foi aceita.
A Justiça concedeu uma liminar garantindo a continuidade dos serviços por 180 dias, a partir de 1º de junho, enquanto as negociações seguem. O documento estabelece um reajuste de 3,29% sobre o repasse mensal, valor considerado insuficiente pelo serviço de saúde para cobrir despesas. O Ministério Público também recomendou que a Prefeitura assegurasse o atendimento à saúde mental na cidade, sob risco de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
O Cândido Ferreira administra 11 dos 14 CAPS da região, atendendo entre 850 e 950 pessoas. A Secretaria de Saúde afirmou que o prazo de seis meses permitirá negociações responsáveis e com segurança jurídica. Até o momento, nenhum funcionário ficou sem salário, mas a incerteza sobre o futuro do contrato continua a mobilizar trabalhadores e usuários em defesa dos serviços.