O mercado financeiro iniciou a semana com desvalorização do dólar e do Ibovespa, pressionado pelas incertezas em torno da política comercial dos Estados Unidos e do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Brasil. O presidente americano reacendeu tensões ao ameaçar elevar tarifas sobre aço e alumínio importados, alegando descumprimento de acordos comerciais pela China. Especialistas apontam que o discurso protecionista contribuiu para a aversão ao risco, direcionando investidores para ativos mais seguros, como títulos do Tesouro americano, enquanto o petróleo se valorizou devido às tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia.
No cenário doméstico, o reajuste do IOF continuou a gerar descontentamento, especialmente no Congresso, onde a medida é vista como uma solução paliativa para equilibrar as contas públicas. O ministro da Fazenda afirmou que busca negociar ajustes estruturais com líderes legislativos, mas a falta de consenso pesou sobre o mercado. O dólar fechou em queda de 0,81%, enquanto o Ibovespa recuou 0,18%, refletindo a cautela dos investidores diante dos riscos fiscais e comerciais.
Destaques do dia incluíram a valorização de ações ligadas ao aço, como a Gerdau, beneficiada pelas tarifas americanas, e a queda da Braskem, à espera de definições sobre sua aquisição. Petrobras e Vale tiveram desempenho positivo, impulsionadas pela alta do petróleo e pela antecipação de relatórios estratégicos. Analistas destacam que o mês de junho deve ser marcado por volatilidade, com os mercados reagindo a decisões políticas e econômicas tanto no Brasil quanto no exterior.