O dólar iniciou a semana e o mês em queda no mercado brasileiro, acompanhando a desvalorização da moeda americana no exterior. O movimento ocorreu após sinais de acirramento na guerra comercial entre China e EUA, com ambos os países trocando acusações sobre o descumprimento de uma trégua tarifária. Além disso, o anúncio de aumento nas tarifas de importação de aço e alumínio pelos EUA reforçou a pressão sobre o dólar. O real, no entanto, teve desempenho inferior ao de outras moedas latino-americanas, como o peso chileno e o mexicano, refletindo preocupações com o risco fiscal no Brasil.
A incerteza em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a revisão da perspectiva de rating do país pela Moody’s contribuíram para a cautela dos investidores. Após atingir um patamar mínimo pela manhã, o dólar recuperou parte das perdas no fim do pregão, encerrando o dia em queda de 0,77%, a R$ 5,6757. No ano, a moeda americana acumua desvalorização de 8,16% frente ao real, que segue como a divisa com melhor desempenho na região.
Especialistas destacam que a tensão entre EUA e China tem redirecionado fluxos de investimento para mercados emergentes, beneficiando o real. No entanto, a falta de clareza sobre as medidas fiscais no Brasil, especialmente em relação ao IOF, mantém o mercado em alerta. Enquanto isso, no exterior, o dólar enfraqueceu frente a moedas como o euro e o iene, enquanto commodities como o petróleo registraram alta. O cenário global ainda depende da trajetória da economia americana, que pode influenciar o apetite por ativos de risco no futuro.