Os juros futuros iniciaram o mês em alta, impulsionados por um cenário inflacionário mais favorável, com exceção dos vértices curtos, que permaneceram estáveis com viés de baixa. A redução nos preços da gasolina pela Petrobras e a melhora nas projeções do IPCA no Boletim Focus contribuíram para aliviar as expectativas de inflação, enquanto o aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano exerceu pressão sobre as taxas longas. A decisão da Moody’s de revisar a perspectiva do rating do Brasil para estável teve impacto limitado, já que parte do mercado já antecipava a movimentação.
As taxas de curto prazo refletiram a cautela do mercado em relação aos próximos passos do Copom, especialmente diante de um mercado de trabalho ainda aquecido. Enquanto isso, as projeções do Focus para o IPCA em 2025 caíram de 5,3% para 5,2%, influenciadas pela queda no preço dos combustíveis. A expectativa predominante é de que a Selic seja mantida em 14,75% a partir da próxima reunião do Copom, com as medianas de inflação ainda distantes da meta de 3%.
No exterior, o anúncio de possíveis tarifas mais altas sobre importações de aço pelos EUA elevou os juros dos Treasuries, aumentando a incerteza sobre impactos inflacionários e fiscais. O discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, não trouxe novidades sobre política monetária, deixando o mercado atento aos desdobramentos comerciais. Apesar das pressões externas, a reação doméstica foi moderada, com os agentes financeiros avaliando os riscos altistas e a trajetória da inflação no médio prazo.