Um levantamento exclusivo da NSC TV revelou que mais de 1 milhão de doses de vacinas foram descartadas em Santa Catarina entre 2022 e 2024. Os dados, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que os municípios alegaram motivos como baixa procura da população, validade vencida, problemas logísticos e dificuldades com frascos multidose como principais causas do desperdício. Entre as cidades que responderam à solicitação, Florianópolis registrou o maior número de descartes, com 128.154 doses perdidas.
O prejuízo financeiro também foi significativo: apenas cinco prefeituras informaram os valores, somando R$ 8,7 milhões em vacinas jogadas fora. Especialistas apontam que a utilização de frascos monodose poderia reduzir as perdas, especialmente em municípios menores, onde a demanda é mais irregular. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica do estado (Dive-SC) afirmou que já recebe algumas vacinas em monodose do Ministério da Saúde, mas busca ampliar essa modalidade para minimizar o desperdício.
A baixa adesão às campanhas de vacinação, principalmente contra gripe e Covid-19, foi outro fator destacado pelas prefeituras. Para reverter esse cenário, especialistas sugerem estratégias como horários flexíveis em postos de saúde e busca ativa da população. A Dive-SC afirmou que trabalha em parceria com os municípios para melhorar a comunicação e a logística, mas reconhece a necessidade de ampliar o acesso e a conscientização sobre a importância da imunização.