A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão do prefeito Ricardo Nunes, anunciou planos para conceder a administração de escolas municipais à iniciativa privada ainda em 2025. O projeto piloto começará com três unidades em construção nos bairros de Campo Limpo, Pirituba/Jaraguá e Santo Amaro, seguindo o modelo de “porteira fechada”, em que organizações sem fins lucrativos assumirão a gestão completa, incluindo contratação de professores e manutenção dos prédios. A prefeitura manterá o controle sobre matrículas, uniformes, material didático e diretrizes educacionais, garantindo que as escolas permaneçam públicas e gratuitas.
A iniciativa foi inspirada no caso do Liceu Coração de Jesus, tradicional colégio no Centro de São Paulo que, após enfrentar problemas de violência e evasão de alunos, passou a receber estudantes da rede municipal por meio de um convênio. Os resultados positivos no desempenho dos alunos em avaliações como a Prova São Paulo motivaram a expansão do modelo. O secretário municipal de Educação, Fernando Padula, destacou que o sucesso nas três novas escolas determinará se o projeto será ampliado para outras 50 unidades com baixo desempenho em avaliações governamentais.
O anúncio ocorre em meio à polêmica sobre o afastamento de 25 diretores de escolas municipais com índices abaixo da média no Ideb. O sindicato da categoria criticou a medida, alegando falta de transparência e desrespeito à gestão democrática. A Justiça deu prazo para a prefeitura explicar os critérios usados na seleção, enquanto a Secretaria de Educação defendeu a ação como necessária para melhorar o desempenho escolar. O debate reflete os desafios da administração pública em equilibrar eficiência e participação democrática na educação.