Os depoimentos das testemunhas de acusação e defesa no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022 foram concluídos nesta segunda-feira (2). Ao todo, 52 pessoas foram ouvidas, incluindo militares, ex-integrantes do governo e autoridades. As audiências, conduzidas por videoconferência pelo ministro relator do caso no STF, abordaram desde reuniões no Palácio da Alvorada até a atuação de órgãos de segurança durante o pleito.
Entre os temas discutidos, destacaram-se relatos sobre a possível utilização de abordagens policiais com viés político e a discussão de medidas excepcionais, como estados de defesa ou sítio. Testemunhas confirmaram a ocorrência de encontros em que foram debatidas hipóteses de ruptura democrática, embora algumas tenham minimizado a intenção golpista. Houve ainda momentos de tensão, como quando o relator advertiu um depoente por inconsistências em seu testemunho e ameaçou prender outro por desacato.
Com o fim desta fase, o ministro relator deve solicitar à PGR e às defesas que indiquem se desejam a produção de novas provas. Enquanto a acusação sustenta a existência de uma organização criminosa para manter o poder ilegalmente, as defesas argumentam que não houve resistência à transição de governo. O caso segue em andamento, com expectativa de novos desdobramentos após a análise das provas já coletadas.