O Banco Central reacendeu o debate sobre a regulação das taxas de intercâmbio no crédito ao lançar uma nova consulta pública que discute a possibilidade de estabelecer um teto para esses valores, medida semelhante à implementada no débito em 2018. Segundo análise do Bradesco BBI, empresas de adquirência, como PagSeguro, Mercado Livre e Stone, seriam as principais beneficiadas, com potencial de aumento nos lucros caso a redução chegue a 30 pontos-base. Já emissores como Nubank e Inter poderiam enfrentar quedas significativas em suas receitas, dada a dependência dessas taxas.
O Mercado Livre, por exemplo, teria impactos mistos, mas com saldo positivo, segundo o Itaú BBA. Como adquirente, a empresa reduziria custos, enquanto como emissora perderia parte da arrecadação. A análise sugere que a companhia pode se adaptar melhor devido à sua oferta de crédito próprio, com projeção de até 5% de alta no lucro. Já as adquirentes PagSeguro e Stone poderiam ver seus ganhos antes de impostos subirem até 59% e 46%, respectivamente, em um cenário de corte máximo.
Bancos tradicionais, como Itaú, Banco do Brasil e Santander, teriam efeitos mais difíceis de mensurar, já que atuam tanto na emissão quanto na adquirência. Enquanto isso, o debate reacende questões sobre a sustentabilidade do modelo atual do setor financeiro, com analistas destacando que o crédito possui riscos e estruturas de custos mais complexas que o débito. A medida pode levar a revisões estratégicas, como ajustes de tarifas e busca por maior participação de mercado, moldando o futuro da competitividade no setor de pagamentos.