Uma startup britânica de tecnologia, especializada em desenvolvimento de aplicativos sem codificação, está no centro de acusações de manipulação contábil após supostamente simular transações com uma empresa indiana para inflar artificialmente suas receitas entre 2021 e 2024. Documentos e fontes revelaram que as duas companhias trocaram faturas sem que houvesse prestação efetiva de serviços, em uma prática conhecida como “round-tripping”. O esquema teria sido usado para atrair investidores e elevar a avaliação da startup, que chegou a valer US$ 1,5 bilhão.
A empresa indiana, dona de um popular aplicativo de notícias e uma plataforma de vídeos, negou as acusações, afirmando que todos os serviços foram auditados e classificando as alegações como “difamatórias”. No entanto, fontes próximas ao caso disseram que os valores movimentados — cerca de US$ 60 milhões — não correspondiam a entregas reais. A startup britânica, que já enfrentava questionamentos sobre projeções financeiras infladas, anunciou recentemente planos de encerrar suas atividades devido à falta de alternativas viáveis.
Auditorias independentes identificaram falhas nos controles internos da empresa indiana, incluindo problemas em áreas como TI e receita publicitária, mas consideraram suas contas regulares. Enquanto isso, a startup britânica teve seus recursos confiscados por credores e foi alvo de investigações nos EUA. O caso levanta questões sobre práticas contábeis em empresas de tecnologia, especialmente em um cenário de busca por avaliações bilionárias e captação de investimentos.