A integrante do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE) destacou que as decisões sobre a taxa básica de juros não podem ser dissociadas da estratégia de redução do balanço (QT). Ela argumentou que, embora o QT possa endurecer as condições financeiras, cortes na taxa de juros não necessariamente compensam esse impacto de forma simétrica. Isso ocorre porque cada instrumento afeta diferentes pontos da curva: o QT tende a elevar os juros de longo prazo, enquanto a taxa básica influencia mais os curtos.
A economista ressaltou que, durante o ciclo de aperto monetário, a prioridade do BoE era a taxa básica, com o QT atuando em segundo plano. No entanto, agora que a política está se tornando menos restritiva, as diferenças entre os efeitos de ambos os instrumentos ganham relevância. Ela também alertou que o QT não deve ser visto como o oposto da expansão quantitativa (QE), já que cada um foi concebido para contextos distintos: o QE para aliviar crises e o QT para atuar em períodos de normalidade.
Com uma nova decisão sobre o ritmo do QT prevista para setembro, a integrante do comitê afirmou que qualquer impacto restritivo causado pela redução do balanço deve ser considerado nas futuras decisões sobre a taxa básica. Ela enfatizou a necessidade de calibrar os dois instrumentos em conjunto, pois cortes adicionais nos juros para compensar o QT poderiam comprometer o controle da inflação, especialmente diante de rigidezes estruturais no mercado de trabalho e de produtos.