O Morgan Stanley emitiu um alerta sobre os possíveis impactos do pacote fiscal proposto nos Estados Unidos, atualmente em tramitação no Congresso. A Seção 899 do projeto, que pode aumentar a tributação para investidores estrangeiros em certos ativos financeiros, gera incertezas devido à falta de clareza em seu escopo. Embora o texto atual não mencione explicitamente a taxação de títulos de renda fixa mantidos por estrangeiros, o mercado aguarda definições do Senado para avaliar os efeitos em crédito, câmbio e renda fixa.
Entre os cenários analisados, o banco destaca que a inclusão de Treasuries na nova tributação poderia elevar a curva de juros americana e pressionar o dólar, com reações mais rápidas de investidores privados do que de bancos centrais. Caso os títulos corporativos sejam afetados, a volatilidade no mercado pode aumentar, já que cerca de 25% desses papéis são detidos por estrangeiros. Produtos securitizados, especialmente os lastreados em ativos comerciais, também enfrentariam riscos devido à maior exposição internacional.
Enquanto o texto final não for definido, o Morgan Stanley vê potencial para reprecificação nos mercados de dívida e câmbio, dado que estrangeiros detêm cerca de US$ 40 trilhões em ativos nos EUA. A análise mantém uma visão cautelosa para ativos cíclicos e crédito de baixa qualidade, recomendando papéis de alta qualidade e títulos europeus de longo prazo como alternativas defensivas. O cenário macroeconômico global, por ora, segue marcado por crescimento mais fraco e política monetária restritiva, sem expectativa de cortes de juros pelo Fed em 2025.