Uma análise técnica realizada pela Rede Escola Pública e Universidade (Repu) apontou inconsistências nos critérios utilizados pela Prefeitura de São Paulo para afastar 25 diretores da rede municipal de ensino no final de maio. Segundo o estudo, a Secretaria Municipal da Educação adotou uma combinação aleatória de indicadores, como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e o Idep (Índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana), sem um padrão claro. Enquanto algumas escolas foram avaliadas por desempenho nos Anos Iniciais, outras foram julgadas pelos Anos Finais, o que, segundo os pesquisadores, tornou o processo tecnicamente inconsistente.
A pesquisa também destacou que nenhuma das escolas afetadas ocupa as piores posições nos indicadores citados. Pelo contrário, parte delas apresentou desempenho acima da média municipal. Em um caso específico, a escola estava entre as 11 melhores no cumprimento das metas do Ideb para os Anos Finais. Os pesquisadores argumentam que o uso de indicadores educacionais para punir gestores individualmente desconsidera contextos locais e carece de fundamentação estatística, podendo levar a decisões arbitrárias.
A Secretaria Municipal da Educação afirmou que a seleção das escolas seguiu critérios técnicos, priorizando o Ideb 2023 e, quando não disponível, o Idep 2023. A pasta ressaltou que todas as unidades escolhidas não atingiram metas projetadas pelo Ideb nas últimas duas edições. No entanto, a Repu mantém a crítica de que a metodologia adotada foi inconsistente e que indicadores educacionais não devem ser usados para fins punitivos, defendendo uma abordagem mais contextualizada na avaliação das escolas.