Após mais de três anos de conflito, Rússia e Ucrânia deram um passo significativo em direção a um possível acordo de paz durante negociações realizadas em Istambul. A Rússia apresentou um memorando com condições para um cessar-fogo, incluindo o reconhecimento da anexação de cerca de 20% do território ucraniano e demandas como a retirada das tropas locais das áreas ocupadas, a interrupção do apoio militar ocidental e a limitação do poderio militar do país. A proposta também prevê a suspensão de sanções econômicas e a retomada do fornecimento de gás natural caso as exigências sejam atendidas.
Apesar do avanço nas discussões, a Ucrânia já havia rejeitado propostas semelhantes anteriormente, mantendo sua posição de não ceder territórios e reafirmando o interesse em ingressar na Otan. Enquanto as negociações sobre o cessar-fogo permanecem em impasse, os dois lados chegaram a um acordo humanitário para a troca de prisioneiros de guerra feridos e a devolução dos corpos de soldados mortos em combate. O entendimento inclui a libertação de jovens gravemente feridos e a repatriação de aproximadamente 6 mil corpos.
O encontro ocorreu após uma grande ofensiva ucraniana, batizada de “Operação Teia de Aranha”, que teria causado danos significativos a alvos estratégicos russos, incluindo a destruição de bombardeiros e prejuízos estimados em US$ 7 bilhões. A escalada de ataques e as negociações simultâneas destacam a complexidade do conflito, que segue sem uma resolução definitiva, mas com sinais de possíveis avanços diplomáticos.