Aliados do presidente Lula e a base governista alertam que a derrubada do decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pode resultar em um bloqueio maior de emendas parlamentares. Dois projetos no Congresso, um na Câmara e outro no Senado, buscam anular o decreto, argumentando que o governo usou o imposto como medida arrecadatória sem aval legislativo. O aumento do IOF, que subiu de 3,38% para 3,50% em operações com cartões no exterior e de 1,10% para 3,50% na compra de moeda estrangeira, foi anunciado junto a um corte de R$ 12,5 bilhões no orçamento, visando reduzir contingenciamentos.
O governo já recuou em parte da medida, suspendendo a cobrança do IOF para envio de recursos ao exterior por fundos de investimento. Líderes governistas defendem que a oposição, ao propor a revogação total do decreto, deve apresentar alternativas para compensar a perda de arrecadação, evitando cortes em áreas como saúde e educação. Por outro lado, parlamentares críticos argumentam que o aumento do tributo prejudica a competitividade das empresas brasileiras, desestimula investimentos e onera transações internacionais, afetando tanto empresas quanto cidadãos.
A discussão deve avançar nas próximas reuniões entre líderes partidários, com a oposição buscando apoio para sustar o decreto. Enquanto o governo enfatiza a necessidade do imposto para equilibrar as contas públicas, críticos afirmam que a medida foi adotada de forma abrupta, sem diálogo com o setor produtivo. O impasse reflete a tensão entre o Executivo e o Legislativo sobre as melhores estratégias para ajuste fiscal, com potencial impacto nas negociações orçamentárias.