O Censo 2022 do IBGE identificou que Alagoas possui 33 mil pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o equivalente a 1,2% da população do estado. No Brasil, mais de dois milhões de brasileiros foram registrados com o transtorno, sendo a região Sudeste a que concentra o maior número, com São Paulo liderando (mais de 500 mil casos). A inclusão do quesito sobre autismo no censo foi determinada por lei em 2019, marcando um avanço na coleta de dados específicos sobre o TEA.
Entre os alagoanos, o TEA é mais frequente em homens (1,3%) e pessoas brancas (1,2%), com maior incidência na faixa etária de 6 a 14 anos. Dados do IBGE também mostram que 11.485 pessoas diagnosticadas no estado frequentam escolas ou já possuem especialização, incluindo 381 em cursos superiores, 58 com pós-graduação e 21 com mestrado. A divulgação dessas informações é considerada histórica, mas especialistas alertam para a necessidade de melhorar a estruturação de serviços públicos.
A neuropsicóloga Samantha Maranhão destaca que os dados sistematizados são fundamentais para orientar políticas públicas, mas evidenciam desafios na assistência às pessoas com autismo. A publicação inédita do IBGE pode impulsionar ações mais direcionadas, como o aumento de matrículas em escolas regulares – em um ano, 200 mil alunos com TEA foram incluídos nesse sistema. A informação robusta abre caminho para debates sobre inclusão e acesso a direitos, reforçando a importância do censo como ferramenta de planejamento social.