Um trabalhador morreu soterrado em um buraco durante uma obra de reparo realizada por uma empresa terceirizada a serviço da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) em Itamaracá, Litoral Norte de Pernambuco. A vítima, um encanador com mais de 30 anos de experiência, estava em uma vala de aproximadamente 80 centímetros quando foi sugado pela lama, em um acidente que ocorreu sem a presença de técnicos de segurança ou engenheiros no local. Testemunhas relataram que moradores tentaram resgatá-lo, mas apenas conseguiram amarrar suas mãos para evitar que o corpo fosse completamente puxado pela sucção da máquina. O resgate definitivo só foi possível horas depois, com o uso de uma retroescavadeira.
A família do trabalhador afirmou que houve negligência, já que ele não recebeu equipamentos de segurança adequados e atuava sem suporte técnico, mesmo tendo alertado sobre riscos em serviços anteriores. Em um incidente ocorrido semanas antes, ele teria solicitado apoio para evitar um acidente, mas foi orientado a prosseguir sem assistência. A Compesa informou que abriu uma sindicância para apurar as causas do acidente e prestará assistência à família, mas não comentou as alegações específicas sobre falhas de segurança.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, enquanto a empresa aguarda os resultados da perícia e das investigações para tomar medidas cabíveis. O acidente levantou questões sobre as condições de trabalho em obras terceirizadas, especialmente em serviços de saneamento, onde a falta de fiscalização e equipamentos adequados pode colocar vidas em risco. A tragédia deixou dois filhos e uma família que clama por justiça e melhores condições para os trabalhadores do setor.
