O Festival de Cannes deste ano celebrou tanto o cinema brasileiro quanto o iraniano, com premiações que geraram reações mistas. O filme “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Wagner Moura, conquistou os prêmios de Melhor Ator e Melhor Direção, marcando a primeira vez que um ator brasileiro recebeu tal honraria na história do festival. Ambientado no Recife de 1977, durante a ditadura militar, o longa foi aclamado pela crítica e considerado um forte candidato à Palma de Ouro, mas acabou perdendo para o iraniano Jafar Panahi, com “A Simple Accident”.
A vitória de Panahi, cineasta perseguido politicamente em seu país, foi defendida por muitos como merecida, dado seu histórico de lutas e conquistas em festivais internacionais. Ele se tornou o único diretor iraniano a vencer os três maiores prêmios do cinema mundial: a Palma de Ouro, o Leão de Ouro e o Urso de Ouro. Enquanto alguns brasileiros criticaram o resultado, outros destacaram a importância de celebrar a arte além das fronteiras nacionais.
Apesar da disputa pelo principal prêmio, o sucesso de “O Agente Secreto” reforçou o prestígio do cinema brasileiro em Cannes, lembrando a última vez que um diretor do país venceu na categoria, em 1969, com Glauber Rocha. O festival também destacou a diversidade e a qualidade das produções globais, unindo diferentes culturas sob a celebração da sétima arte.