O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reacendeu o debate sobre a redução da jornada de trabalho ao defender, em pronunciamento no Dia do Trabalhador, o fim do regime 6×1. Movimentos sociais, centrais sindicais e entidades estudantis passaram a articular, inclusive, a possibilidade de um plebiscito popular sobre o tema. A proposta foi discutida com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, responsável pelo diálogo com esses grupos, mas a realização de uma consulta pública ainda parece distante. Enquanto isso, projetos sobre o assunto tramitam no Congresso, embora enfrentem resistência.
A pauta não é nova no Legislativo. Uma PEC que acaba com a escala 6×1 foi protocolada em fevereiro, mas sequer foi enviada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Propostas semelhantes, como a redução para 40 horas semanais, já foram arquivadas após anos de tramitação. Parlamentares da base governista e da oposição demonstram preocupação com possíveis impactos econômicos e reações do setor empresarial, o que dificulta o avanço das discussões.
A mobilização é liderada por frentes que reúnem mais de 100 movimentos sociais, incluindo centrais sindicais, entidades estudantis e organizações religiosas. Além da redução da jornada, o plebiscito proposto incluiria a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação de altas rendas. O governo já encaminhou ao Congresso a proposta de isenção, mas a taxação e a jornada de trabalho seguem como temas polêmicos, sem previsão de votação.