A elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi alvo de críticas por parte de bancos e indústrias, mesmo após a revogação parcial das medidas. Entidades como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Associação Brasileira dos Bancos (ABBC) argumentam que o aumento das alíquotas prejudica a economia, desestimula investimentos e eleva custos, especialmente em um cenário de juros altos e dificuldades de acesso ao crédito. A Fiesp destacou que o setor produtivo já enfrenta uma carga tributária desigual e que o equilíbrio das contas públicas não deveria ser alcançado sobretaxando as empresas.
O governo justificou as mudanças como necessárias para reforçar o caixa, com expectativa de arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. Segundo a Secretaria da Receita Federal, as alterações afetam principalmente empresas e contribuintes de alta renda, sem impactar pessoas físicas ou investimentos. No entanto, as novas alíquotas incidem sobre operações de crédito empresarial, câmbio e seguros, com aumentos que variam conforme o tipo de transação, como a equalização de taxas para empresas e pessoas físicas e a majoração de tributos em remessas ao exterior.
O setor financeiro alertou para possíveis efeitos negativos, como o aumento da inadimplência e a repassagem de custos aos preços, agravando pressões inflacionárias. Enquanto cooperativas rurais mantiveram isenções, microempreendedores individuais tiveram alíquotas reduzidas, eliminando inconsistências anteriores. Apesar das ajustes, a medida continua sendo vista como um obstáculo ao crescimento econômico, especialmente para indústrias e pequenas empresas já impactadas por um ambiente financeiro restritivo.