O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) negou um pedido do ex-policial militar Ronnie Lessa para receber R$ 249 mil em salários retroativos referentes ao período de 2019 a 2023, quando foi expulso da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Lessa foi condenado a mais de 78 anos de prisão pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018. Sua defesa alegou que o pagamento estava previsto no acordo de delação premiada, mas o ministro destacou que os benefícios só podem ser concedidos após o julgamento dos mandantes do crime.
O ministro argumentou que a delação só se torna efetiva se contribuir para esclarecer o crime, e que informações insuficientes ou irrelevantes não garantem os benefícios acordados. Lessa havia apontado dois indivíduos como mandantes do crime, ambos presos preventivamente desde março de 2024. O caso ainda aguarda julgamento definitivo pelo STF, embora o processo já esteja em fase avançada.
Além dos salários retroativos, a defesa também solicitou a liberação de R$ 13,1 mil bloqueados desde a prisão, além de celulares, dispositivos eletrônicos e documentos de imóveis. O ministro manteve a decisão de bloquear os recursos, reforçando que a eficácia da delação premiada só será avaliada após a conclusão do julgamento dos acusados. O caso continua sob análise, sem prazo definido para uma decisão final.