O ex-comandante do Exército afirmou em depoimento que a decisão de não permitir a prisão imediata dos acampados em frente ao QG do Exército em Brasília, após os atos de 8 de janeiro, foi tomada em conjunto com integrantes do governo atual. Ele destacou que a ação foi coordenada com ministros para evitar escalada de tensão, alegando que sua função era “acalmar a situação”. A ordem judicial, que previa a prisão dos manifestantes, só foi cumprida na manhã seguinte.
Durante o depoimento, o militar evitou responder questões mais polêmicas, recorrendo a “não lembro” em vários momentos. Ele também se recusou a comentar sobre sua demissão no início do governo, afirmando que a pergunta deveria ser dirigida a quem o exonerou. Além disso, negou ter impedido a entrada da polícia no acampamento, explicando que a ação foi discutida com autoridades para garantir uma abordagem coordenada.
O depoimento ocorreu no contexto de uma ação penal que investiga supostos atos golpistas. Representantes do STF e dos ministros citados não se manifestaram sobre as declarações. O general reiterou que a transição entre os governos no Exército ocorreu sem irregularidades, embora tenha evitado detalhes específicos sobre as decisões tomadas na época.