Um terreiro de candomblé em Salvador, tombado como patrimônio histórico e cultural, denunciou um ato de vandalismo em seu muro, atribuído a membros de uma torcida organizada. A Casa de Oxumarê, espaço sagrado fundado no século XIX, classificou o incidente como intolerância religiosa e racismo, destacando que a pichação viola leis ambientais e constitucionais. Em nota, o terreiro exigiu uma retratação pública e medidas educativas para conscientizar os envolvidos, reforçando a importância do respeito à diversidade religiosa.
A torcida organizada em questão repudiou o ocorrido em comunicado, afirmando que o ato não reflete seus valores e prometendo apurar o caso com rigor. O grupo destacou seu compromisso com o respeito a todas as religiões e se colocou à disposição para diálogo. A instituição religiosa, no entanto, enfatizou que o episódio vai além da depredação física, simbolizando uma violência contra a cultura negra e sua ancestralidade.
O incidente reacendeu o debate sobre a proteção de espaços sagrados e a necessidade de combater o racismo religioso. A Casa de Oxumarê, reconhecida por sua resistência histórica, pediu uma reflexão coletiva sobre ética e convivência pacífica. Enquanto aguarda reparações, o terreiro reafirmou sua determinação em preservar suas tradições e honrar a luta dos ancestrais.