A formação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar fraudes no INSS tem ganhado apoio significativo em Brasília, inclusive entre parlamentares governistas. A oposição já reuniu as assinaturas necessárias para propor a criação da comissão, que depende agora de votação no Congresso. Entretanto, a ministra das Relações Institucionais argumentou que a CPMI poderia interferir nas investigações policiais em andamento e atrasar o ressarcimento das vítimas, já que o processo pode levar até seis meses.
Enquanto isso, a crise no INSS continua, com mais de 1,3 milhão de aposentados contestando descontos não autorizados em seus benefícios. O aplicativo Meu INSS permite que os contribuintes verifiquem e contestem os valores debitados por associações e sindicatos, mas muitos relataram dificuldades para resolver o problema. Um exemplo é o caso de uma aposentada que identificou mais de R$ 1 mil em descontos indevidos, mas não conseguiu cancelá-los, alegando sentir-se “roubada” pela falta de respostas do instituto.
O debate sobre a CPMI reflete a tensão entre o governo e a oposição, com críticas de que o Executivo estaria tentando evitar a investigação. Parlamentares defendem que a comissão é essencial para esclarecer o destino dos recursos desviados e garantir transparência. Enquanto isso, autoridades da Previdência reconhecem falhas na legislação que dificultaram a fiscalização, aumentando a pressão por soluções rápidas e eficientes.