O relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (7), apresentou uma pequena melhora nas projeções de inflação e da taxa básica de juros (Selic) para o ano. A mediana das expectativas do mercado para a Selic caiu de 15% para 14,75% ao ano, enquanto a previsão para o IPCA recuou de 5,65% para 5,53%. Apesar da queda, os números ainda indicam um cenário preocupante, com inflação acima do teto da meta (4,5%) e juros em patamar elevado, o que continua pressionando a atividade econômica.
Apesar das reduções, não há motivos para otimismo, já que não houve avanços significativos na política fiscal. O próprio governo admitiu que as contas públicas podem colapsar até 2027, o que reforça a falta de perspectivas para uma melhora estrutural. Sem mudanças internas, o mercado se apoia em fatores externos, como a possível menor exposição do Brasil a uma guerra comercial liderada pelos EUA, embora esse cenário possa mudar rapidamente dependendo de decisões internacionais.
O texto também destaca a fragilidade do atual momento econômico, em que até pequenas alterações nas projeções são recebidas com cautela, dada a ausência de medidas concretas para resolver os desafios fiscais. A combinação de inflação alta, juros restritivos e incertezas externas mantém o ambiente desfavorável, sem espaço para comemorações.