A instabilidade econômica e a queda na aprovação do presidente dos Estados Unidos estão levando o Congresso, de maioria republicana, a acelerar a elaboração de um projeto de lei abrangente sobre impostos e gastos. O objetivo é estimular a economia e melhorar o cenário político, mas a iniciativa não é considerada uma aposta segura. Durante recente reunião com líderes republicanos, discutiu-se a necessidade de inovar, indo além da simples prorrogação de políticas anteriores, incluindo propostas como isenções para gorjetas, horas extras e benefícios previdenciários.
A extensão dos cortes de impostos vigentes poderia trazer certa segurança a empresas e famílias, mas as medidas podem ser prejudicadas pelas tarifas comerciais, que impactam a economia de forma imprevisível. Além disso, muitos eleitores podem não perceber benefícios imediatos, já que o projeto também prevê reduções em programas sociais, como o Medicaid. Com um valor estimado em US$ 4 trilhões ao longo de dez anos, a proposta representa a maior parte da agenda legislativa republicana para o período.
O fracasso na aprovação do projeto significaria um aumento de impostos para mais de 60% das famílias, o que poderia frear o crescimento econômico. Por outro lado, o sucesso da política tributária republicana pode ter um impacto menos visível, mantendo em grande parte o status quo já incorporado às expectativas de investidores e empresas. A situação revela uma assimetria: enquanto o fracasso seria catastrófico, o sucesso pode passar despercebido, deixando dúvidas sobre o real alcance das medidas.
