A acne é um dos problemas dermatológicos mais comuns no mundo, afetando pessoas de diversas idades e estilos de vida. Embora frequentemente associada à adolescência, sua ocorrência pode ser influenciada por fatores hormonais, ambientais, alimentares e até pelo uso de suplementos. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) indicam que 56,4% da população enfrenta o problema em algum momento, o que explica a vasta oferta de tratamentos disponíveis. No entanto, é essencial estar atento aos ingredientes dos produtos e aos hábitos cotidianos, incluindo a ingestão de vitaminas, que podem ter efeitos inesperados na pele.
Pesquisas da Universidade da Califórnia em Los Angeles apontam que o excesso de vitamina B12, comum em suplementos e alimentos como ovos, peixes e laticínios, pode desequilibrar o metabolismo da bactéria Cutibacterium acnes, agente envolvido no desenvolvimento da acne. Esse desequilíbrio aumenta a produção de porfirina, substância que desencadeia inflamações cutâneas. A farmacêutica Karina Soeiro explica que, embora a B12 seja vital para o sistema nervoso e a saúde sanguínea, sua suplementação pode piorar a acne em indivíduos predispostos, destacando a necessidade de avaliação individualizada.
Apesar dos possíveis efeitos negativos, a vitamina B12 não deve ser evitada sem orientação profissional, pois sua deficiência pode causar problemas neurológicos e hematológicos. Além disso, ela tem papel benéfico no tratamento de condições como melasma e vitiligo, atuando na redução de inflamações. O ideal é buscar acompanhamento especializado ao notar o agravamento da acne após o início da suplementação, ajustando ou suspendendo o uso conforme necessário. O equilíbrio e a personalização são chave para aproveitar os benefícios da vitamina sem prejudicar a saúde da pele.