O governo federal pretende universalizar o acesso à internet em todas as unidades de saúde indígena do Brasil até o fim de 2026, conforme anunciou o secretário nacional de Saúde Indígena. A iniciativa, que já implementou mais de 700 pontos de conectividade, visa expandir a telessaúde, reduzindo a necessidade de deslocamento de pacientes para consultas com especialistas. Atualmente, 19 dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) contam com atendimento remoto, beneficiando mais de 781 mil indígenas.
Além de melhorar a assistência médica, a conectividade facilita a comunicação entre profissionais de saúde e suas famílias, um fator crítico para retenção de trabalhadores em regiões remotas. O secretário destacou avanços orçamentários, com um incremento de R$ 1 bilhão nos últimos dois anos, elevando o orçamento total para cerca de R$ 3 bilhões. No entanto, desafios persistem, como a falta de acesso à água potável em 60% dos territórios indígenas e a necessidade de recursos adicionais para sanar “vazios assistenciais”, especialmente na Amazônia.
O número de atendimentos à população indígena quase dobrou entre 2018 e 2023, alcançando 17,31 milhões de procedimentos no ano passado. Para otimizar a gestão, a Sesai tem firmado parcerias com universidades e outras instituições, além de reforçar acordos de cooperação técnica. A medida busca não apenas melhorar a infraestrutura, mas também consolidar a presença do Estado em áreas onde os serviços de saúde são muitas vezes a única forma de assistência pública.