O vice-presidente dos EUA, em visita a Roma durante o feriado da Páscoa, reuniu-se com o secretário de Estado do Vaticano após tensões relacionadas às políticas de imigração da administração anterior. O encontro ocorreu no contexto de críticas públicas do papa Francisco às deportações em massa e à interpretação teológica usada para justificá-las. O líder religioso destacou a importância de acolher os imigrantes, enquanto o político defendeu uma abordagem hierárquica de cuidado, priorizando cidadãos locais.
A divergência reflete um conflito mais amplo entre visões progressistas e conservadoras dentro da Igreja Católica. O vice-presidente, convertido ao catolicismo em 2019, alinha-se a um movimento intelectual pós-liberal, que busca influenciar instituições a partir de dentro. Enquanto isso, o papa reiterou em uma carta aos bispos dos EUA que o amor cristão deve ser inclusivo, citando a parábola do Bom Samaritano como exemplo.
Apesar das diferenças, o político demonstrou respeito ao participar da missa de Sexta-Feira Santa na Basílica de São Pedro e ao postar orações pela recuperação do pontífice, que retomou gradualmente suas atividades após tratar uma pneumonia. Representantes do Vaticano não descartaram um breve encontro entre os dois, mas o papa delegou a outros cardeais a condução dos serviços da Páscoa, mantendo seu foco em engajamentos com grupos marginalizados.