A cidade de São Paulo registrou um aumento significativo nos roubos de motos, com cerca de 60 casos por dia nos meses de janeiro e fevereiro. Esses crimes abastecem um mercado ilegal de peças, onde motos roubadas são desmontadas e vendidas em lojas aparentemente regulares. Investigações policiais revelaram que algumas dessas lojas operam clandestinamente, sem autorização para comercializar peças usadas, e muitas fecham as portas durante operações de fiscalização.
A polícia tem intensificado a fiscalização, mas a dificuldade em identificar esses estabelecimentos persiste, já que muitos funcionam de forma discreta ou com portas fechadas. Em operações anteriores, foram encontradas até mesmo peças sem origem comprovada e túneis usados para ocultar atividades ilegais. Além disso, parte das motos roubadas é direcionada para eventos como bailes funk na periferia, onde são reutilizadas ou desmanchadas.
O Detran-SP informou que vistoriou mais de 3.300 lojas de peças automotivas no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 540% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar dos esforços, muitas vítimas só recuperam os veículos parcialmente ou os encontram abandonados em locais clandestinos. A reportagem tentou contato com as lojas mencionadas, mas não obteve resposta.