A Petrobras elevou seus investimentos em publicidade em 79% ao ano durante a atual gestão, em comparação com o governo anterior. A média anual de gastos subiu de R$ 114 milhões para R$ 204 milhões, com um total de R$ 407,6 milhões entre 2023 e 2024 — valor próximo ao desembolsado nos quatro anos anteriores (R$ 456,3 milhões). A empresa atribui o aumento ao reposicionamento de sua marca como líder na transição energética e a campanhas de utilidade pública, como prevenção a roubos em dutos.
O crescimento dos gastos com publicidade não se limita à Petrobras. No governo atual, o valor médio anual investido por estatais e ministérios chegou a R$ 2 bilhões, ante R$ 1,8 bilhão no mandato anterior. Dados históricos mostram que as estatais respondem por grande parte dessas verbas, como em 2016, quando representaram 71% do total. No entanto, a transparência sobre esses gastos diminuiu desde 2017, com o fim do Instituto para Acompanhamento da Publicidade (IAP), que detalhava contratos e valores.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) afirmou não interferir nos orçamentos de outros órgãos, ressaltando que as estatais seguem limites legais de 0,5% da receita bruta. Enquanto a Petrobras justifica os investimentos pelo retorno em reputação — como prêmios de marca —, críticos apontam que a prática de usar estatais para injetar recursos em publicidade é uma tradição governamental. Dados completos, como os fornecidos pelo IAP, ainda não foram retomados, dificultando o monitoramento detalhado.