A revisão da sentença dos irmãos Menéndez, condenados à prisão perpétua em 1990 pelo assassinato dos pais, foi adiada para maio após uma audiência conturbada. O juiz solicitou mais tempo para analisar um relatório de avaliação de risco, que determinará se os irmãos representam perigo à sociedade e se podem ser elegíveis para liberdade condicional. Enquanto a defesa argumenta que os crimes foram cometidos em legítima defesa após anos de abuso, os promotores insistem que o caso foi planejado por motivos financeiros e que os réus não demonstram arrependimento.
A decisão do ex-procurador George Gascón, que endossou a revisão da sentença em 2024, foi contestada por seu sucessor, Nathan Hochman, que se opõe à redução da pena. Paralelamente, os irmãos buscam clemência do governador da Califórnia e um novo julgamento, alegando que o júri original não considerou circunstâncias atenuantes. O caso, que ganhou nova atenção após uma série da Netflix, divide opiniões: parte da família e celebridades defendem a libertação, enquanto outros parentes das vítimas exigem que a pena seja mantida.
Nos últimos 34 anos, os irmãos se destacaram por atividades acadêmicas e projetos comunitários na prisão, onde também se casaram. A próxima audiência, em maio, pode redefinir seu destino jurídico, mas a polarização em torno do caso reflete debates mais amplos sobre justiça, abuso e reinserção social. O resultado terá implicações não só para os envolvidos, mas para o sistema penal californiano.