O governo dos Estados Unidos emitiu um visto para a deputada federal brasileira Erika Hilton (PSOL) classificando seu gênero como masculino, apesar de ela ser uma mulher trans e já ter recebido um visto anterior em 2023 que respeitava sua autodeterminação. A parlamentar foi convidada para um evento acadêmico nos EUA, e a Câmara dos Deputados autorizou a viagem como missão oficial. No entanto, o processo foi marcado por obstáculos, incluindo orientações incorretas para solicitar um visto de turista e, finalmente, a emissão do documento com a informação de gênero equivocada.
A deputada afirmou que nunca preencheu documentos com essa informação e considerou o ocorrido uma violência e desrespeito, atribuindo o fato às políticas do governo americano sob a gestão atual, que tem restringido direitos de pessoas trans. Ela destacou que a situação configura uma “transfobia de Estado” e exigiria uma resposta diplomática do Brasil. Diante do ocorrido, Hilton recusou-se a utilizar o visto e não compareceu ao evento.
O episódio ocorre em um contexto de medidas recentes do governo americano que limitam discussões sobre identidade de gênero e restringem termos relacionados à comunidade LGBTQIA+ em plataformas oficiais. A situação levanta questões sobre soberania, direitos humanos e as implicações diplomáticas de decisões unilaterais que afetam representantes de outros países.