A safra 2024/2025 do Centro-Sul do Brasil registrou o maior volume de produção de etanol da história, com 34,96 bilhões de litros, um aumento de 4,06% em relação ao ciclo anterior, que já havia batido recorde. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o crescimento foi impulsionado pela produção de etanol de milho, que atingiu 8,1 bilhões de litros, 30% a mais que em 2023/2024, principalmente nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Já o etanol derivado da cana-de-açúcar teve queda de 1,8%, totalizando 26,8 bilhões de litros. Do volume total, 64% foi comercializado como etanol hidratado, usado como combustível alternativo à gasolina.
Apesar dos incêndios que destruíram 450 mil hectares de canaviais no segundo semestre de 2023, a moagem de cana-de-açúcar atingiu 621,8 milhões de toneladas, a segunda maior da história, ficando atrás apenas da safra anterior. A produção de açúcar, no entanto, caiu 5%, totalizando 40,17 milhões de toneladas, devido a fatores climáticos que afetaram o rendimento da cana. Enquanto o etanol tem o mercado interno como principal destino (95% das vendas), 87% do açúcar foi exportado, com destaque para China, Indonésia e Índia.
Para a nova safra, iniciada em abril, a expectativa é de uma moagem ainda menor, projetada em 612 milhões de toneladas, mesmo com as chuvas recentes. O setor sucroenergético segue em transformação, com o etanol de milho ganhando espaço e compensando parte da retração na produção tradicional. O consumo interno de etanol hidratado cresceu 22% nos últimos 12 meses, reforçando a importância do biocombustível na matriz energética brasileira.