O Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou em um relatório que eventos de risco geopolítico, como tensões comerciais, conflitos e ataques terroristas, podem desencadear correções significativas nos preços das ações e aumentar a volatilidade dos mercados. O órgão ressaltou que, desde 2022, as medidas de risco baseadas em notícias cresceram acentuadamente, com conflitos internacionais—como a guerra na Ucrânia—causando quedas médias de 5% nos retornos das ações por mês. O FMI recomenda que instituições financeiras reforcem sua liquidez e capital, além de adotar testes de estresse para mitigar possíveis perdas.
O relatório também apontou que mercados emergentes são mais vulneráveis, com quedas médias de 2,5% mensais diante de crises geopolíticas. Além disso, a incerteza econômica amplia os chamados “riscos de cauda”, aumentando a chance de perdas abruptas em portfólios de investimento. O FMI alerta ainda que tensões comerciais, como as entre EUA e China entre 2018 e 2024, já demonstraram impactos negativos nas bolsas de valores de ambos os países.
O documento completo será divulgado durante as reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial em abril, onde medidas tarifárias recentes devem dominar os debates. Enquanto isso, o mercado financeiro global já enfrenta turbulências, com índices como o S&P 500 recuando mais de 10% desde o início do ano e o ouro atingindo patamares recordes, refletindo o temor de inflação e recessão. O FMI reforça a necessidade de preparo para lidar com os efeitos em cascata desses riscos, que podem se espalhar por meio de conexões comerciais e financeiras.