Em entrevista à revista The New Yorker, um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) abordou os riscos que as redes sociais representam para a democracia, destacando a falta de regulamentação como um fator que facilita a disseminação de desinformação e discursos de ódio. O magistrado comparou a atuação dessas plataformas às Companhias de Índias dos séculos 17 e 18, que operavam sem respeitar as jurisdições locais, e alertou para o poder financeiro e influência política que elas exercem. Ele também criticou o que chamou de “novo populismo digital extremista”, um movimento que, segundo ele, ainda não foi devidamente combatido em países como Brasil e Estados Unidos.
O debate ganhou repercussão após um ex-assessor político norte-americano criticar publicamente o ministro, classificando-o como uma ameaça à democracia. O crítico, que já teve conflitos com autoridades brasileiras no passado, é fundador de uma plataforma social que passou a abrigar extremistas após restrições impostas por outras redes. A discussão reflete tensões globais sobre o papel das redes sociais na política e a necessidade de equilíbrio entre liberdade de expressão e regulamentação.
O ministro defendeu que as plataformas devem respeitar as leis dos países onde atuam, argumentando que a ausência de regras permite que elas lucrem às custas das nações. Ele enfatizou a importância de mecanismos legais para combater a desinformação e a manipulação eleitoral, citando exemplos históricos para ilustrar os perigos de poderes não regulados. A entrevista reforça a complexidade do tema em um momento em que governos e instituições buscam formas de proteger a democracia sem cercear direitos fundamentais.