Deputados da oposição conseguiram as assinaturas necessárias para protocolar um requerimento de urgência que visa anistiar envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. O presidente da Câmara, no entanto, tenta negociar com o Supremo Tribunal Federal (STF) uma alternativa para reduzir a pressão, como a revisão de penas ou liberdade condicional para parte dos detidos. Governistas, incluindo ministros e líderes partidários, admitem a possibilidade de diálogo com o Judiciário, mas negam apoio a uma anistia ampla, como defendido por alguns setores.
O impasse coloca o presidente da Câmara em uma situação delicada, já que a proposta de urgência tem apoio suficiente para ser aprovada se for a votação. Caso não haja um acordo externo ao Congresso, a matéria poderá ser pautada, obrigando o governo a se posicionar mais firmemente. Parlamentares avaliam que a demora em conter as assinaturas pela urgência deu fôlego à pauta, tornando-a um teste para a coordenação política da base governista.
A discussão também expõe desafios de liderança, já que o presidente da Câmara foi eleito com apoio amplo, incluindo partidos de espectros opostos, e uma decisão unilateral poderia enfraquecer sua autoridade. Enquanto isso, o governo busca evitar que o núcleo golpista seja beneficiado, focando em alternativas judiciais para distensionar o ambiente político. O desfecho dependerá da capacidade de articulação entre os Poderes para evitar uma votação que divida ainda mais o Congresso.