Um grupo de pesquisa da Fiocruz, com apoio de três navios da Marinha, está percorrendo o Rio Paraguai para avaliar a saúde de comunidades ribeirinhas nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A iniciativa oferece atendimento médico e odontológico, identificando problemas comuns como cáries e doenças periodontais. Além disso, os pesquisadores coletam amostras de sangue, água e material de animais domésticos, cruzando dados ambientais e de saúde para entender o impacto das mudanças climáticas na região.
O projeto, em seu segundo ano, já revelou descobertas significativas, como o aumento de mosquitos não nativos trazidos pelo aquecimento global e aves migratórias que podem transmitir doenças. Laboratórios de alta tecnologia instalados nos navios permitem a realização de mais de 50 tipos de exames, desde análises básicas até sequenciamento genético. Esses dados visam embasar políticas públicas e preservar o equilíbrio do Pantanal, evitando desequilíbrios ambientais que possam afetar a saúde humana.
Os ribeirinhos, conscientes da importância da pesquisa, destacam a gratidão pelo atendimento e a necessidade de monitoramento contínuo. A iniciativa não só melhora o acesso à saúde em áreas remotas, mas também fortalece a vigilância epidemiológica, ajudando a prevenir surtos de doenças emergentes. O trabalho conjunto entre Fiocruz, Marinha e parceiros demonstra como a ciência e a logística militar podem unir forças em prol do desenvolvimento sustentável e da saúde pública.
