O ex-presidente do Banco Central avaliou que os Estados Unidos enfrentam um cenário mais complexo e arriscado do que no passado, destacando a perda do soft power como um problema central. Segundo ele, essa diminuição de influência cultural e política representa um perigo, pois coloca valores democráticos em segundo plano. O debate ocorreu durante um painel na 11ª Brazil Conference, evento organizado por estudantes brasileiros em Boston, que discutiu temas como globalização, tarifas comerciais e tensões geopolíticas.
Ele destacou que os desafios atuais são maiores e mais diversos, citando a guerra comercial entre EUA e China, conflitos no Oriente Médio, a invasão da Ucrânia, mudanças climáticas e possíveis mutações virais. Nesse contexto, criticou a retomada de ideias ultrapassadas em políticas públicas, que poderiam agravar ainda mais as incertezas globais.
O ex-presidente enfatizou o papel dos EUA como modelo de desenvolvimento democrático e liberal, argumentando que a perda de soft power prejudica a capacidade de influenciar positivamente outros países, como a China. Para ele, manter esse modelo é essencial para um crescimento global equilibrado, evitando que valores fundamentais sejam deixados de lado.