O ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto afirmou que os programas sociais no Brasil carecem de uma “porta de saída”, o que aumenta a pressão financeira sobre o governo federal. Durante o evento Advance 25, ele destacou a necessidade de promover autonomia financeira aos cidadãos, em vez de dependência de auxílios. “Precisamos reinventar a forma de comunicação, mostrando que o objetivo não é dar dinheiro, mas sim oportunidades e prosperidade”, disse.
Campos Neto também criticou o modelo de transferência de renda atual, argumentando que retirar recursos de investimentos para redistribuição pode comprometer o crescimento futuro. Apesar das críticas a políticas associadas a governos anteriores, ele elogiou a postura neutra do Brasil nas tensões comerciais globais, especialmente em relação às tarifas impostas pelos EUA. Segundo ele, o país não é um foco central nesses conflitos e tem adotado uma abordagem construtiva nas negociações.
Sobre as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o ex-presidente do BC avaliou que não há assimetrias significativas que justifiquem preocupação. Ele sugeriu que os EUA estão mais focados em ajustes com a China e que o Brasil tem trabalhado bem para manter reciprocidade. “Se o objetivo é restabelecer equilíbrios, o Brasil está no caminho certo”, concluiu.