O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) iniciou um protesto no plenário da Câmara dos Deputados, onde passou a noite após o Conselho de Ética aprovar, por 13 votos a cinco, o processo que pode cassar seu mandato. Ele anunciou que permanecerá no local até o fim do julgamento e iniciou uma greve de fome, afirmando que não se alimentará até que o caso seja resolvido. O parlamentar critica o que chama de interferência política no processo, sem citar nomes diretamente, e diz estar disposto a ir “às últimas consequências”.
O processo contra o deputado foi aberto em 2024 após um incidente em que ele expulsou um influenciador da Câmara, que teria feito comentários ofensivos sobre sua mãe, falecida pouco depois. O caso ainda pode ser recorrido à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e a decisão final caberá ao plenário, que precisará de 257 votos para cassar o mandato. Enquanto isso, Glauber Braga mantém seu cargo e intensifica o protesto, incluindo a ingestão apenas de líquidos.
Esta é a segunda vez na atual legislatura que o Conselho de Ética aprova a cassação de um deputado. O primeiro caso envolveu um parlamentar acusado de envolvimento em um crime grave, mas que, mesmo preso há mais de um ano, mantém o mandato devido à falta de votação no plenário. O custo desse processo aos cofres públicos já ultrapassou R$ 1,8 milhão, segundo levantamentos recentes.
