Durante a 9ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em Tegucigalpa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs que os países da região apoiem uma candidatura única de uma mulher para o cargo de secretária-geral da ONU. Ele destacou que a eleição da primeira mulher no comando da organização poderia ajudar a recuperar a credibilidade multilateral. O Brasil sugeriu uma declaração especial sobre o tema, reforçando a necessidade de união diante de desafios globais, como as políticas migratórias restritivas e as guerras comerciais.
O discurso de Lula foi acompanhado por líderes como a presidente de Honduras, Xiomara Castro, e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que enfatizaram a importância da integração regional e da solidariedade. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, ressaltou que a união é essencial para fortalecer a soberania e os acordos comerciais na região. Petro, por sua vez, contrastou a “agenda da solidão” — marcada por imigração e bloqueios — com a “agenda da ajuda comum”, mais complexa, porém mais benéfica para todos.
A Celac, que reúne 33 países e representa uma população de 670 milhões de pessoas, foi fundada em 2010 para promover a cooperação regional. A cúpula ocorreu em um contexto de tensões globais, com críticas às medidas unilaterais de grandes potências. Após o evento, Lula retornou ao Brasil, encerrando uma agenda que destacou o papel da América Latina e do Caribe no cenário internacional.