A disputa comercial entre Estados Unidos e China dominou os cenários financeiros nesta quarta-feira (9), com o dólar apresentando volatilidade significativa frente ao real, oscilando entre R$ 6,0967 e R$ 5,8298. A moeda americana encerrou o dia em queda de 2,52%, cotada a R$ 5,8473, interrompendo uma sequência de três altas consecutivas. A tensão foi acirrada após a China elevar tarifas sobre produtos norte-americanos de 34% para 84%, em resposta às medidas anteriores dos EUA, que aumentaram as sobretaxas para 104% contra produtos chineses. O conflito reacendeu temores de recessão global e pressionou commodities, como o petróleo, que operou abaixo de US$ 60.
No final da tarde, uma flexibilização nas tarifas anunciada pelo governo norte-americano trouxe alívio aos mercados. A medida limitou a 10% as tarifas para países que não retaliaram os EUA, incluindo o Brasil, e elevou para 125% as cobranças sobre a China. A mudança impulsionou bolsas globais, com o Ibovespa fechando em alta de 3,12%, refletindo expectativas de menor risco de recessão nos EUA e possíveis acordos comerciais. Em coletiva, autoridades afirmaram que negociações com a China estão em vista, embora sem detalhes concretos sobre como seriam iniciadas.
O Federal Reserve (Fed) sinalizou que a política monetária está preparada para lidar com os impactos inflacionários e de crescimento decorrentes das tarifas. Após o recuo parcial de Washington, aumentaram as apostas em cortes de juros pelo Fed a partir de junho, com possibilidade de redução total de 75 pontos-base até 2025. Enquanto isso, o yuan enfraquecido e a volatilidade nas moedas emergentes, como o real e o peso mexicano, continuam sob observação, refletindo a incerteza sobre os desdobramentos da guerra comercial.