Uma pesquisa conduzida no Panamá pelo Instituto Cary de Estudos do Ecossistema descobriu que a árvore tropical Dipteryx oleifera, também conhecida como almendro ou tonka, possui uma resistência incomum a raios. Enquanto outras espécies frequentemente morrem após serem eletrocutadas, a Dipteryx oleifera sofre poucos danos e ainda se beneficia do fenômeno, já que os raios eliminam lianas parasitas e reduzem a competição por luz e nutrientes ao matar árvores vizinhas. Com uma probabilidade 68% maior de ser atingida devido à sua altura e copa larga, a espécie ganha vantagens reprodutivas, aumentando sua capacidade de reprodução em 14 vezes.
Além de sua resistência, a Dipteryx oleifera desempenha um papel ecológico crucial nas florestas tropicais da América Central e do Norte da América do Sul. Suas sementes são comestíveis e servem de alimento para animais, enquanto sua madeira é valorizada na construção civil. A árvore também abriga diversas espécies, como morcegos e aves, reforçando sua importância para o ecossistema. No entanto, apesar de sua resiliência, a espécie enfrenta ameaças como o desmatamento e a exploração madeireira ilegal.
Os pesquisadores agora investigam quais características tornam a Dipteryx oleifera tão resistente e se outras espécies compartilham essa habilidade. Estima-se que cada árvore seja atingida por um raio a cada 56 anos, com algumas sobrevivendo a múltiplos impactos. O estudo sugere que a espécie pode ter evoluído para aproveitar os relâmpagos como parte de sua estratégia de sobrevivência, destacando um fascinante exemplo de adaptação na natureza.