Os mercados financeiros da Ásia e da Europa enfrentaram quedas históricas nesta segunda-feira (7), impulsionadas pelo temor de uma guerra comercial em larga escala. As bolsas de Tóquio, Seul e Hong Kong registraram perdas superiores a 5%, com destaque para Hong Kong, que teve sua pior sessão desde a crise asiática de 1997. Na Europa, os índices também abriram em queda livre, com Frankfurt chegando a perder mais de 10% em alguns momentos. O movimento foi desencadeado por medidas tarifárias recentes anunciadas pelos Estados Unidos, que afetam parceiros comerciais como China e União Europeia.
As tensões se intensificaram após a imposição de tarifas de 10% sobre todos os produtos importados pelos EUA, além de medidas adicionais previstas para China (34%) e UE (20%). Em resposta, a China anunciou tarifas retaliatórias de 34% sobre produtos americanos e restrições à exportação de minerais estratégicos. O vice-ministro do Comércio chinês afirmou que as medidas visam proteger interesses legítimos e reequilibrar o sistema comercial multilateral, convocando empresas estrangeiras a colaborar na manutenção das cadeias de suprimentos globais.
Especialistas alertam para o risco de recessão prolongada nos EUA, com impactos já sentidos em commodities como petróleo e cobre. Analistas destacam que a postura inflexível das autoridades americanas sugere uma estratégia de negociação, em vez de recuo. Enquanto isso, setores como tecnologia, automóveis e energia sofrem perdas generalizadas, com empresas como Alibaba despencando mais de 17%. O clima de incerteza deve persistir até que haja sinais concretos de resolução dos desequilíbrios comerciais.