O aumento significativo no preço do cacau, impulsionado por mudanças climáticas, pragas e a crescente demanda global por chocolate, tem gerado impactos diretos no mercado brasileiro. Embora o valor tenha diminuído nos últimos meses, o preço da tonelada de cacau triplicou nos últimos dois anos, o que reflete uma queda na produção mundial, especialmente em países produtores como Costa do Marfim e Gana. A escassez de matéria-prima aliada ao aumento da demanda fez com que o preço do chocolate disparasse, afetando tanto grandes produtores quanto pequenos confeiteiros.
Com a proximidade da Páscoa, esse cenário tem levado a adaptações no setor. Confeiteiros como Thali Garbim, por exemplo, encontraram formas criativas de continuar oferecendo produtos de qualidade, utilizando menos chocolate nas receitas, como no caso dos ovos de brownie. A indústria também se ajustou, reduzindo a produção de ovos de chocolate em 22%, mas oferecendo uma maior variedade de itens no mercado. Embora a quantidade de ovos tenha caído, a expectativa é que as vendas aumentem devido ao novo posicionamento dos produtos, com foco na variedade e na experiência gourmet.
No Brasil, o cultivo de cacau tem ganhado atenção nos últimos anos, com o país ocupando atualmente a sexta posição mundial na produção. Apesar dos desafios, muitos no setor estão otimistas com a Páscoa deste ano, prevendo crescimento nas vendas. As pessoas continuam valorizando a qualidade do chocolate, tratando-o como um produto gourmet e não apenas como um doce. O cenário atual mostra como o mercado está se moldando para enfrentar as adversidades, sem perder o sabor e a tradição que o chocolate representa para os brasileiros, especialmente durante as celebrações da Páscoa.