Uma pesquisa realizada de 2023 a 2024 revelou que o consumo de pescado no Estado de São Paulo está abaixo das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere o consumo de pelo menos duas vezes por semana. Os paulistas consomem peixes, crustáceos e moluscos, em média, de uma a três vezes por mês. A tilápia é a espécie mais consumida, mas o alto custo da proteína é um dos principais fatores que limitam seu consumo. A pesquisa foi realizada em parceria entre o Instituto de Oceanografia da USP e o Instituto de Pesca do Estado de São Paulo, com 1.947 participantes.
O estudo também mostrou que, apesar de seu valor nutricional elevado, o consumo de pescado pode ser prejudicado por fatores econômicos, como o preço. A nutricionista Jéssica Levy destacou os benefícios do consumo de pescado, como a prevenção de problemas cardiovasculares e distúrbios relacionados à saúde mental, devido ao seu alto conteúdo de vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais. Além disso, o pesquisador Daniel Lemos ressaltou que, ao melhorar o aproveitamento das partes menos consumidas do peixe, seria possível tornar o pescado mais acessível à população, o que pode aumentar seu consumo e combater doenças não transmissíveis como obesidade e hipertensão.
A pesquisa também detalhou o perfil dos consumidores, com destaque para a faixa etária predominante entre 40 e 59 anos, e a maior parte dos respondentes sendo do sexo feminino e com nível superior. A pesquisa indicou que a tilápia lidera o consumo entre os pescados, seguida por salmão, pescada, atum e camarão. Muitos consumidores preferem comprar filés congelados e os peixes são geralmente preparados fritos, enquanto os crustáceos são consumidos em ocasiões especiais. Além disso, o estudo identificou que a qualidade nutricional e o sabor são os principais motivos para o consumo de pescado.