No final de 2024, ao menos 12 pacientes que participaram de um mutirão de cirurgias de catarata em Taquaritinga (SP) sofreram complicações graves, incluindo perda parcial ou total da visão. Além disso, muitos relataram sintomas como dor intensa, vermelhidão e infecções oculares. Quatro dessas vítimas já iniciaram processos cíveis, buscando indenizações que variam entre R$ 153 mil e R$ 203 mil por danos morais, estéticos e patrimoniais. As ações foram direcionadas ao Ambulatório de Especialidades Médicas (AME), ao Grupo Santa Casa de Franca, ao governo estadual e a um oftalmologista envolvido no procedimento.
O problema surgiu devido a um erro durante o atendimento: uma substância inadequada foi aplicada nos olhos dos pacientes, em vez de um soro específico para o procedimento, o que foi reconhecido após uma sindicância interna. O Grupo Santa Casa de Franca admitiu a falha, afastou os responsáveis e tomou providências, incluindo a inclusão dos pacientes afetados na fila para transplante de córnea. O governo do Estado de São Paulo, por sua vez, anunciou a intenção de propor indenizações administrativas e afirmou que uma investigação está em andamento.
A situação gerou repercussão política e jurídica, com investigações pelo Ministério Público e pela Polícia Civil. A Assembleia Legislativa de São Paulo também se envolveu no caso, com a deputada estadual solicitando esclarecimentos aos gestores do AME. Após a divulgação dos problemas, o governador determinou uma reavaliação dos pacientes afetados no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, onde exames preliminares indicaram danos significativos à saúde ocular. O caso continua sendo investigado e pode resultar em ações mais amplas para evitar recorrências.