A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está considerando propor ao governo a formação de uma força-tarefa multigovernamental e multissetorial com o objetivo de analisar o impacto das apostas virtuais sobre a renda das famílias brasileiras. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, destacou a importância de um diagnóstico preciso e sugeriu que o grupo inclua representantes de diferentes órgãos, como aqueles responsáveis pela defesa do consumidor e pela prevenção à lavagem de dinheiro. Apesar de não terem tomado decisões concretas na reunião realizada com o Ministério da Fazenda, a entidade expressou preocupação com a saúde financeira das famílias diante do aumento do endividamento causado por essas atividades.
Durante a reunião, a Febraban reiterou a necessidade de medidas emergenciais para prevenir o superendividamento, incluindo a possível suspensão temporária do uso do Pix como meio de pagamento para apostas. Embora a proposta de restrição tenha sido apresentada como uma opinião pessoal de Sidney, a discussão sobre a proibição já ocorreu em encontros anteriores com representantes dos bancos. O presidente da entidade enfatizou que o foco deve ser encontrar soluções para evitar o aumento do endividamento, independentemente do meio de pagamento.
Além disso, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) anunciou a proibição do uso de cartões de crédito para apostas, que agora se aplica imediatamente, ao contrário da data inicial prevista para 1º de janeiro. A medida vem em um contexto onde a grande maioria das transações de apostas já é realizada por meio do Pix, com estimativas variando entre 85% e 99% do total das operações. Essa proibição visa contribuir para a proteção financeira dos consumidores e para a regulação desse mercado, que aguarda uma regulamentação mais robusta prevista para entrar em vigor em janeiro.